Amig@s
Envio mensagem que escrevi após participar do Jornal Nacional ontem.
Na noite de 5 feira, dia 3 de maio, na aula do Cespeb, fui informada
pelos professores sobre a decisão do governo do estado do Rio de
Janeiro de alocar policiais armados em colégios "perigosos???", medida
que já estava, inclusive, implantada em colégios onde alguns deles
atuam.O impacto era geral.
Surpresa, indignação e, posso dizer, raiva eram sentimentos expressos
misturados com constrangimento, preocupação sobre o que poderia
acontecer em futuro próximo e até mesmo a impotência e um certo medo
frente a esta medida radical que nem em tempos de ditadura militar
vimos acontecer.
Policiais armados, de plantão nas escolas, em seus horários de folga -
possibilidade de legalização o "bico"?- para a "defesa do patrimônio"
das escolas?.
Entre o espanto e o choque frente ao que eu ouvia, discutimos as
possíveis razões para a medida e que medidas poderíamos tomar
junto ao SEPE, sindicato e Ministério público. Informei que
apresentaria uma moção de repúdio na Congregação.
Ontem, sexta-feira, fui contactada pela equipe do Jornal Nacional para
saber de nossa visão sobre a questão. Fui convidada para gravar uma
entrevista que foi ao ar, editada e reduzida, mas que recortou o
ponto principal de minha posição.
Escola não é lugar de polícia. Escola é lugar de educação através dos
saberes, da produção de conhecimentos e onde aprendemos que podemos
buscar resolver conflitos através de argumentos, da palavra. Onde
aprendemos que somos diferentes e que as diferenças nos ajudam a
aprender sobre quem somos.
Expliquei que a presença de policiais armados na escola deixa
implícita a idéia de que . em última instância, é através das armas
que se resolvem os conflitos.
E que, ao contrário, defendo que escola é lugar para se aprender
sobre nossos direitos e responsabilidades, para reconhecer e repudiar
a violência e desigualdades.
Por mais que situações de conflitos, violência ocorram, e vão
ocorrer sempre, não é a presença de policiais armados que vai
evitá-las e resolvê-las.
Polícia na escola é mais um fator de violência ao esvaziar a
autoridade dos professores e constrangê-los, fragilizá-los.
Censurá-los?
Entendo que o dever do estado é manter uma escola com
infra-estrutura, condições de trabalho,salários dignos e que apoie os
docentes nos momentos difíceis que venham a ocorrer.
Polícia garante a segurança nas ruas, nos arredores da escola e, se
for preciso, é chamada para entrar e atuar em casos específicos de
roubos, invasões, depredações, presença de armas.Mas entra e sai.
De alguma maneira, alocar policiais na escola revela a impotência do
Estado e de sua política educacional que não consegue encontrar
alternativas educacionais para o enfrentamento dos desafios
contemporâneos apresentados pela escola.
Escola é lugar de estudantes, professores e de trabalhadores de
apoio, em relação entre si, com o outro e com os saberes.
Através dos saberes descobrem mundos e possibilidades de vida e de
busca da felicidade.
Educação como prática política de liberdade é o desafio que nos anima
e incita a prosseguir.
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