segunda-feira, 19 de novembro de 2012


Mulher Negra

I
Do tempo das amas-de-leite,
das senzalas e mucambas,
Aind’há quem te desfeite,
(Do tempo das amas-de-leite)
quem deboche teus enfeites,
e te faça a vida tirana
Do tempo das amas-de-leite
das senzalas e mucambas.

II

Ser mulher e, negra, também ser,
é sentir, em dobro, a dor,
é lutar e sobreviver.
Ser mulher e, negra, também ser,
é por duas sempre valer,
é desdobrar o seu valor
Ser mulher e, negra, também ser,
é sentir, em dobro, a dor.

III
É guardar dentro do peito,
o grito da liberdade,
qual o mais doce confeito.
É guardar dentro do peito,
a esperança dum mundo feito
de paz e igualdade
É guardar dentro do peito,
o grito da liberdade.

IV
É ser sempre a guerreira,
vencendo obstáculos,
e tomando a dianteira.
É ser sempre a guerreira,
e vencer, à sua maneira,
desta vida os percalços
É ser sempre a guerreira,
vencendo obstáculos,

V
Mulher negra, negra mulher,
fica aqui esta homenagem,
de um poetinha qualquer.
Mulher negra, negra mulher,
venha o tempo que vier,
és sinônimo de coragem.
Mulher negra, negra mulher,
fica aqui esta homenagem.

Jorge Linhaça

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